Socorro Figueiredo: Entre a imagem e a poesia
Fotografia
e poesia são sinônimos para a maranhense Socorro Figueiredo. Com a poesia ela
traduz sentimentos em palavras e, com a fotografia, imagens se transformam em
poesia. Mas é com a fotografia que Socorro, nascida em Santa Inês, nos presenteia com uma visão de mundo
singular, onde pessoas e paisagens ganham uma tradução única e definitiva.
Socorro
Figueiredo teve contato com o que viria a ser a sua arte ainda criança pois era comum a família marcar dia e hora
para tirar retrato com “Seu Catarino”, do Vale do Pindaré. Aos 17 anos o irmão
comprou uma câmera compacta que chegou via Correio. Socorro descobriu o
esconderijo da máquina e, na ausência do irmão, deu os cliques que despertou
sua paixão pela imagem.
Naquele
mesmo ano comprou a sua própria máquina e saiu captando os instantes do Vale do
Pindaré – as quebradeiras de coco em ação, trabalhadores rurais, times de
futebol, festas, enfim, tudo que via pela frente tornava-se eterno na sua visão
de mundo.
Em 1999, na
Escola Focus, em São Paulo, Socorro Figueiredo fez curso de fotografia e passou
a aliar a intuição e a arte à técnica. No ano seguinte, fez um ensaio sobre a
cultura popular do Vale do Pindaré – que serviu de base para trabalho dos
universitários do curso de Letras da Faculdade Estadual do Maranhão, localizada
em Santa Inês.
Ainda no
ano 2000, realizou na agência do Banco do Brasil de Botucatu, cidade do
interior paulista onde reside, a exposição “Um Olhar”. Em 2001, participou do
projeto “Foto São Paulo”, uma jornada pela recuperação do centro velho da
capital paulista e participou, ainda de oficina de fotografia no Sesc Pompéia.
Em 2002
produziu cartões postais e fotos para camisetas e, ano seguinte, realizou a
exposição “Retratos de Pindaré”, em Santa Inês.
A
fotografia já rendeu três prêmios para Socorro Figueiredo, todos em exposições
e concursos realizados em Botucatu.
A
fotógrafa, que traz o Maranhão no coração onde quer que esteja, retomou um
grande projeto fotográfico apenas em 2011, quando voltou ao Vale do Ribeira,
região Sul do Estado de São Paulo onde morou nos primeiros anos da década de
1980, para integrar, junto com outra fotógrafa, o projeto “Dois Olhares”, que
prossegue fotografando a região que tem a maior porção virgem de Mata Atlântica
do Brasil. Integrando o projeto “Dois Olhares” há, ainda, uma produção de
cartões postais poéticos e a exposição “Águas do Ribeira”, que busca patrocínio
cultural.
Como
se vê, a inquietação da fotógrafa e sua visão do mundo passeiam com
desenvoltura entre o Nordeste e o Sudeste de um Brasil que precisa, cada vez
mais, ser traduzido em imagens que flertam com a poesia.
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